VERMLHOS 10x11 BRANCOS
Toda
quinta-feira é uma fábrica de distribuição de alegrias e tristezas.
Para a alegria de um time o outro, consequentemente, se decepciona. Mas
de tempos para cá, mesmo os derrotados em campo não saem perdedores.
Porque suas vitórias são construídas na sua dedicação, no virtuosismo de
suas atuações ao longo dos anos e não apenas no resultado que atingem
em um jogo.
As condições da produção da conquista antecedem qualquer
resultado. Estes derrotados já venceram, na excelência de suas ações,
tudo o que precisavam vencer.
Assim também é na vida. Vencer não é um
resultado, mas uma longa e árdua construção, que pouco tem a ver com a
conquista derradeira, e muito tem a ver com a construção de valores,
hábitos e práticas excelentes, que pavimentam o caminho para qualquer
vitória. Assim como a derrota, toda vitória é anterior a ela mesma.
Apreciamos
futebol e manifestações de amizade, por isso intenções desconexas a
esse propósito devem ser rapidamente percebidas e frustradas, fazendo
enxergar com responsabilidade que os possíveis rótulos são frutos da
nossa própria existência e essência. Penso que é feliz e maduro aquele
que sabe soborear uma típica costela porto-alegrense em boa companhia,
quem não tem vergonha de se envergonhar, e quem se sente parte
importante de um todo, seja fazendo cinco gols na mesma partida ou
assistindo o jogo do banco tomando uma cerveja gelada. E isso é que
deveria ocupar lugar de honra no nosso ranking particular. São
verdadeiros derrotados quem não não tem mais nada para se orgulhar além
do futebol.
Adaptação do texto de Clóvis de Barros
